
Ao longo do século XIV, viveu-ne na Europa um grave crise : maus anos agrícolas, fomes e pestes. Para ultrapassar esta crise económica e social houve a necessidade de procurar novas terras e riquezas, nomeadamente cereais, mão-de-obra e metais preciosos. A solução encontrada foi, no século XV, partir além-.mar, iniciando um período de expansão. Portugal foi o primeiro país a reunir condições para iniciar este movimento de expansão europeia.
As principais condições que favoreceram a prioridade portuguesa foram a situação geográfica, a tradição marítima e as condições técnico-científicas: instrumentos de orientação como o astrolábio e quadrante que permitiam uma navegação astronómica e o novo tipo de embarcação, a caravela que permitia bolinar (navegar contra o vento)
No ponto de vista social, a nobreza pretendia o aumento dos seus domínios e rendas; o clero queria o alargamento da fé cristã; a burguesia ambicionava chegar a novos mercados e produtos; o povo desejava melhorar as suas condições de vida; e a coroa pretendia aumentar o seu prestígio e encher o tesouro.
A expansão iníciou-se com a Conquista de Ceuta em 1415, cidade do Norte de África, onde afluiam as especiarias orientais e o ouro africano através de rotas caravaneiras. Também a sua situação geográfica conferia a esta cidade uma grande importãncia comercial e estratégica. A tomada de Ceuta foi um sucesso militar, mas um fracasso económico devido ao desvio das rotas caravaneiras para outras cidades e à constante situação de guerra que agravava as despesas de manutenção desta conquista.
O fracasso económico da tomada de Ceuta levou os governantes portugueses a darem atenção às ilhas do atlântico, despovoadas até ao momento, ou seja, à Madeira e aos Açores.
As ilhas foram divididas em capitanias-donatarias e entregues pelo Infante D. Henrique a capitães-donatários, com carácter perpétuo e hereditário, que tinham por obrigação promover o seu povoamento e a sua exploração económica. Além disto, também houve o contrato de arrendamento.
A colonização da Madeira iniciou-se em 1425 e a dos Açores em 1439, por iniciativa do Infante D.Henrique. Nos Açores, além de colonos originários do Continente, fixaram-se também muitos flamengos. Na Madeira começou por se explorar as riquezas naturais (madeira e peixe) e, depois, introduziram-se as culturas de cereais, da cana-de-açúcar, trazida da Sicília, e de vinho; nos Açores o aproveitamento económico consistiu especialmente na criação de gado, no cultivo de cereais e de plantas tintureiras, como o pastel e a urzela.A Madeira foi reconhecida por João Gonclaves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo (1419-20);no caso dos Açores o principal responsável pelo seu reconhecimento foi Diogo de Silves (1427). Estas ilhas foram colonizadas pelo sistema de capitanias-donatarias, recorrendo-se a colonos vindos de Portugal e da Flandres (no caso dos Açores). Desenvolve-se a agricultura e a pecuária, produção de trigo, vinho, açúcar (Madeira) e criação do gado.
Após a passagem do Cabo Bojador por Gil Eanes (1434), a expansão portuguesa hesitou entre as conquistas no Norte de África e a exploração do Atlântico. No reinado de D. Afonso V, a costa africana foi explorada através do regime de arrendamento a um particular: Fernão Gomes. Cerca de 1445, os portugueses instalaram em Arguim uma feitoria, local de comércio fortificado destinado a defender as ricas mercadorias africanas: ouro, escravos, marfim e pimenta.
Esse tratado estabelecia um meridiano imaginário, situado a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, nas costas da África. Dando total liberdade quanto ao litoral brasileiro e maior parte do Oceano a navegar.As terras a oeste desse meridiano pertenceriam à Espanha, e as terras a leste seriam de Portugal.

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